Sort by
Sort by

Nestlé promove ações de igualdade

Grupo de mais de 30 mulheres posa para a foto em frente a uma empresa. Algumas usam roupa social e algumas usam crachás.
As ações para o Equilíbrio de Gêneros estão sendo intensificadas na Nestlé Brasil desde 2008. O tema é tão relevante à companhia que um dos membros da direção da empresa é champion (ou conselheiro) de Gender Balance. Marcelo Nascimento, de Supply Chain, ressalta que não se trata de uma questão voltada apenas para o feminino, mas sim para o equilíbrio. "Parece ser um tema simples, mas é complexo, é difícil romper com comportamentos tão arraigados. O desafio é abrir espaço para a diversidade, para o diferente, e rever conceitos", diz o executivo.

O trabalho em busca do equilíbrio ocorre em várias frentes: desde a aceleração no plano de carreira das mulheres, passando pela sensibilização dos gestores e colaboradores a respeito do tema até a implementação de home office. No quesito salarial, a companhia já tem como regra a não diferenciação entre gêneros. O assunto une negócios e sociedade, já que 80% das decisões de compras são feitas por mulheres.

Os resultados desse esforço já começam a aparecer. Hoje, as mulheres ocupam 34,5% das posições gerenciais. Em posições administrativas o equilíbrio de 50% já foi alcançado.

A companhia inaugurou em Montes Claros, Minas Gerais, a primeira fábrica que já nasceu com o conceito: a de NESCAFÉ Dolce Gusto, onde 41% dos colaboradores são do sexo feminino.

Plano de carreira

Segundo o mais recente Relatório Anual de Desigualdade de Gênero, do Fórum Econômico Mundial, promover treinamento de liderança para mulheres e oferecer planos de carreira transparentes são algumas das estratégias de negócios recomendadas para a promoção da igualdade de gênero.

A Nestlé Brasil faz parte de um grupo de vanguarda de 35 empresas comprometidas com a igualdade de gênero. Criada em 2015, a associação Movimento Mulher 360, sem fins lucrativos, identifica, fomenta e difunde boas práticas empresariais que permitam o avanço do desenvolvimento econômico feminino nas empresas, nas comunidades e na cadeia de valor. As companhias associadas estão alinhadas com os princípios difundidos pela ONU Mulheres e são reconhecidas por sua política de diversidade consistentes, com foco no equilíbrio entre os gêneros.

O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e apontado como uma das questões-chave para o avanço da igualdade de gênero. Na Nestlé, algumas das iniciativas adotadas para fomentar isso foram a implementação do horário flexível de entrada e a institucionalização do home office uma vez por semana. "É um dia para colocar a vida em ordem. É um dia que rende muito, tanto nas questões do trabalho quanto na rotina de casa", diz Liliana Saiani, de Finanças & Controle. “E o incentivo não vale só para mulheres. Hoje os homens também têm funções nas tarefas domésticas. ”

Para o Recursos Humanos, o colaborador é fundamental. “Queremos que todos possam ter clareza de suas escolhas, se seus propósitos e das possibilidades existentes na companhia”, explica Alexandre Zácaro, de RH.

Desde a seleção

A falta de confiança das mulheres e de modelos femininos de sucesso, além de um preconceito inconsciente, é uma das barreiras para a contratação e promoção delas na vida corporativa, segundo o levantamento do Fórum Económico Mundial, feito desde 2016 em 144 países. De acordo com o estudo, a humanidade vai levar 170 anos para eliminar a desigualdade econômica entre homens e mulheres.

Na fábrica de NESCAFÉ Dolce Gusto, localizada em Montes Claros, no norte de Minas Gerais, as máquinas empilhadeiras trabalham 24 horas por dia, sem descanso. Elas carregam toneladas de caixas com cápsulas de café, preparando o produto para ser transportado ao resto do país.

Hoje, a fábrica conta com 12 empilhadeiristas, do sexo feminino – raridade no mercado.

Valdenice teve essa oportunidade graças ao programa de Gender Balance desenvolvido na fábrica brasileira, que busca o equilíbrio entre o número de colaboradores homens e mulheres trabalhando na produção. “Buscamos dar oportunidades iguais para ambos os sexos, porque geralmente só homens são contratados para esse tipo de trabalho, diz Fernanda Rocha, de Fabricação. “Hoje, 41% de nossos colaboradores são mulheres”.

Esse índice foi atingido sem nenhum tipo de prejuízo à produção. “Nós não abrimos mão da competência. Ninguém aqui foi contratado para cumprir cota”, diz Fernanda. “É impressionante como as equipes se organizaram bem. Não tem nenhum tipo de estresse ou desrespeito. A diversidade só ajudou a fábrica.”

A ideia do projeto vem desde antes de a fábrica entrar em funcionamento. Para colocá-la em prática, a Nestlé fez um esforço dirigido para atingir um percentual de mulheres acima das médias históricas das outras indústrias.

O primeiro passo foi avisar as mulheres de Montes Claros que novas vagas estavam abertas – não só para os homens, mas para elas também. Para isso, a divulgação foi feita em redes de TV, rádio e jornais, destacando que ambos os sexos deveriam mandar currículos. “Fiz mais de 200 entrevistas, buscando mulheres com a competência certa”, diz Fernanda Rocha. Altamente informatizada, a fábrica baixo exige esforço físico. “Não precisamos de força física, mas, ao mesmo tempo, precisamos de operadores muito qualificados”, explica Fernanda.

Para superar essa dificuldade, a Nestlé realizou uma parceria com a prefeitura de Montes Claros e o Senai, para oferecer cursos técnicos que incentivassem a participação de mulheres. “Geralmente esses cursos só atraem homens. Fomos atrás da parceria, e as mulheres que passaram no curso participaram de nosso processo seletivo”, conta Carolina Almeida, RH da unidade. “Inspiramos as meninas e reforçamos que elas são capazes de estar aonde elas quiserem; que elas podem e devem sonhar”, conta Silvana Diaz, gerente da fábrica NESCAFÉ Dolce Gusto. “Ver os olhinhos delas brilhando, não tem preço!”

Assim, a fábrica conseguiu encontrar mulheres preparadas para ocupar a maioria das funções.

Para Silvana, esse esforço para atingir um equilíbrio entre homens e mulheres valeu a pena. “Estudos comprovam que empresas que não possuem uma política robusta a favor da diversidade são menos eficientes de uma maneira geral. É um caminho sem volta. Vivencio esta experiência no dia-a-dia e acredito ser super saudável e divertido. Possuímos um modus operandis diferente e aí está a grandeza e o ganho no resultado final.”

X